Devaneio


Ilustração de Rod Mendez
“E se fosse possível adentrar nos bosques dos contos de fadas. Dizer olá aos elfos, dançar com as fadas, cantar com as sereias e brincar com os gnomos. Encontrar a maçã, a rosa, o sapatinho de cristal, o guarda-roupa, o coelho e seu relógio. E se, na meditação, a sílfide tocasse na pontinha do nariz...”

É. Se eu parasse de descrever tanta fantasia e sonhar com mundos utópicos, me acomodaria. Mas, na verdade, estou cansada do rosto conformista das pessoas, ou elas é que cansaram de minha face insana.
Pessoas em sua maioria são deveras cansativas, e nesta maioria estou inclusa. Canso de mim mesma, que pessoa chata e repetitiva me tornei! Falando nisso, cansei de escrever... O cunho esta desagradável e o pretérito imperfeito.

Sons da alma

O canto da galinha me inspirou a escrever. É, exatamente isso, um cacarejo me fez abrir a janela, pensar e voltar no tempo. É bom saber que mesmo em meio a tanta coisa difícil, a natureza chama nossa atenção.
Agora ouço o tucano.
Mesmo que no mundo existam injustiças, egoísmo, condutas más, imposições e falsidade, eu ainda acredito que o belo prevalece.
Mesmo que o vento leve e doce se misture com o imundo odor do cigarro, eu consigo identificar Deus na pureza.
Um passarinho canta.
Me lembra o tempo de infância... A paz do campo. Parece que jamais encontrarei tal harmonia novamente. Apesar de tudo continuar por perto, quando esqueço e mergulho neste "novo mundo", parece distante, quase outra vida.
Pelo fato de que, a vida é composta de fases, a adaptação se faz necessária, mas para mim está sendo crucial. Tem dias que é mais fácil, em outros, se torna um fardo que mal  posso carregar. Serei eu, fraca e incapaz?
Só não posso permitir que meus olhos deixem de ver, meus ouvidos de ouvir, não posso deixar de sentir. É esta a ligação que tenho, ela é forte, causa reviravoltas em meu ser.
Suspiro.
Ah! Se eu pudesse viver apenas em meu mundo!
Se eu pudesse ouvir apenas a natureza!
É como uma prisão, não para malfeitores, mas para aprendizes do tempo e da vida. E, após, a única liberta é a alma.




OBS: Estranha e contraditória a folha que usei para rascunhar! Bem, mas isso não devo comentar e nem vem ao caso, apenas chamou minha atenção...

Decifrável

É como o sol ameno de um fim de tarde de inverno.
Como a brisa leve de uma manhã de outono.
O despertar das flores no alvorecer da primavera.
E o dia radiante de verão.
É como parar para olhar as estrelas.
Ver o desenho das nuvens ou o céu límpido em seu azul.
A terra molhada após a chuva, ou o medo do trovão.
É como o cheiro de um livro, da roupa recém-lavada, ou do corpo após o banho.
O perfume das frutas amadurecidas, das águas, das florestas, da raiz.
É como o som da tinta rompendo o silêncio do papel em branco.
As palavras formando-se no bailar da leitura.
A relva macia sob o corpo, a maciez de acariciar um cão e seus olhos ternos, carregados de lealdade.
O abraço, a companhia, a hora esperada, o esperar.
A compaixão, o respeito, o carinho, o afago.
É como encontrar um ninho, abraçar o filhote, admirar a mãe.
É ver um filme, ouvir uma música, ler, escrever, dançar.
O vento no rosto, o som do mar, a textura da areia, a concha dos moluscos apanhando de improviso os pés em uma caminhada pela manhã.
Um aperto de mão, o calor, a energia. Uma conversa, o silêncio e o olhar compreendido.
É como a expectativa antes de abrir um presente, e a alegria em recebê-lo.
Como esperar a resposta de um pedido, uma mensagem.
Encontrar um velho amigo, conhecido, e ver que ele ainda lembra-se de você.
Uma casa nova, roupa nova, sapato novo, caderno novo.
É a orquestra, a voz, a melodia, a guitarra, bateria, teclado, violão. E o doce da flauta e do algodão.
O trevo de quatro folhas, o perfume do incenso e do tronco das árvores, as lendas e a mágica.
Ouvir os passarinhos, acompanhar as borboletas, nadar com os golfinhos.
É como entender um cálculo matemático, encaixar as peças de um quebra-cabeça, acertar a direção.
É banho de rio e de mangueira. Brincar na terra, esfolar o joelho, colecionar figurinhas.
É como conversar com os avós, estar com os tios, abraçar a mãe, encontrar o pai, segurar o bebê no colo.
Disposição, cansaço, alegria, tristeza, desconfiança e perdão.
É a aquarela da vida, a benção dos céus, a plena expressão da emoção.
Assim é o amor!

Greenpeace - Liga das Florestas


A Liga das Florestas precisa de heróis. A fauna e a flora brasileiras estão em risco, e com elas o futuro do Brasil. Mas você pode ajudar a salvá-los. O Greenpeace lança, com outras organizações, um projeto de lei popular pelo desmatamento zero de nossas matas. Ao assinar a petição no site, e ao compartilhar e estimular seus amigos a fazerem o mesmo, você acumula pontos, ajuda a proteger um dos bens mais preciosos que o Brasil possui e ainda ganha prêmios. Participe!

É nosso direito e dever contribuir para a preservação do meio em que vivemos e do qual dependemos. Para as questões ambientais, a maioria da população fecha os olhos e os governantes sequer mencionam. Se, no seu ponto de vista, isto deveria mudar, faça sua parte. O pouco pode se tornar muito quando reunido! CLIQUE NA IMAGEM NO TOPO DA PÁGINA E ASSINE!

Degradê



 " Que eu mantenha meu equilíbrio, mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo escurecem meus olhos". (Chico Xavier)

Muito antes de tomar conhecimento desta citação de Chico Xavier, escrevi algumas palavras sobre como me sentia com relação a isto na postagem Névoa.
Nada mudou de lá para cá, pelo contrário, tudo foi reforçado. Porém, nos deixamos abater por névoas, escuridão, tristezas, decepções e tudo isso acaba nos impedindo de ver a vida.
Nada, absolutamente nada, é perfeito na condição humana e devemos nos acostumar com as consequências desta situação e, como bem coloca Chico Xavier, manter o equilíbrio.
Há tanta beleza para ser exaltada que é preciso esquecer um pouco do que nos aflige, do que é obscuro e insensato. Não é fechar os olhos em um sono profundo, e sim, apenas descansar, e após abri-los, tentar ver por outro ângulo, com novos prismas.
É o equilíbrio, o meio termo. Nem branco, nem negro: cinza!

Desvanecendo com as nuvens

Pela manhã vejo algumas nuvens a passear pelo céu, meu olhar está triste, mas as acompanha. Pensamentos, mágoas, ideias desviam meu foco e esqueço das nuvens.
Minha mente deveria estar em outro local, em uma esfera racional e lógica, mas ela se perde. E, as nuvens também. Quando lembro de observá-las novamente, eis que não as vejo mais, para onde foram? É intrigante, elas desaparecem no infinito.
"- Me levem com vocês para este lugar mágico, eu necessito da paz de espírito que encontro quando me volto para vocês."
Como será o refúgio das nuvens? Límpido, iluminado, pacífico e melódico.
Me transporto até lá no intuito de proteger minha alma e afastar as dores que a assolam.
Ser humano indigno de algo tão celestial, permaneça em seu mundo, aceite-o, mesmo sendo tão errado. São sonhos, apenas sonhos e nada mais!

De mim para você!

Julguei não ser para mim, não saber.
Subestimei minha capacidade de confiar, amar, compreender.
Tornei cada rosto impossível. Me indispus.
Afastei um por um, por medo, impaciência, desamor.
Mas, somente em teus olhos vi a cor, a luz
O sentimento vivo em mim, para você.
Com você e para sempre.
Amar, amar, amar: eu sei contigo
Ao seu lado e dentro de mim.
No tempo certo, como uma flor, que esconde suas pétalas
Até o espetáculo divino do desabrochar. 
Em meu coração, de você para mim!
Na troca do sentir, no despertar do amor.
Sempre aonde for, meus olhos em sua alma
harmoniosamente, e com o mais puro carinho
Lhe amo!