A verdade da liberdade

Alguma vez na vida a roupa que vestes te impôs algo? Então, por que ages basicamente em prol da satisfação apenas das vontades de teu corpo? Hoje a juventude se diz livre, com personalidade, segura do que quer, porém, ela apenas mudou os fatores aos quais está presa, o que muitos julgam ser liberdade, são as novas correntes que os detém. Presos a conveniências, rótulos, modernidades, opiniões. Totalmente ao contrário do que pregam, muitos jovens não tem personalidade nenhuma, são os legítimos, usando uma expressão popular, 'maria-vai-com-as-outras' e não admitem ideias diferentes das quais estão acostumados a seguir, afirmando ser o 'mundo de hoje'. O 'mundo de hoje'  não é assim: não é preciso estar em todas as festas, usar drogas lícitas e ilícitas para ser aceito na sociedade, envolver-se totalmente com alguém sem saber ao certo o nome desta pessoa, jurar amor - sentimento tão grandioso - para conseguir o que quer, e depois de um tempo, aliás, de muito pouco tempo, nem mesmo olhar para a pessoa 'amada'. Não, é o que digo para essas conveniências banais e medíocres, apoiadas em bases tão fracas e superficiais. Eu digo sim para minha alma, ouço sua voz, ela sabe o melhor de mim e para mim. É desta liberdade e força de expressão que o mundo precisa.
O que falta para que a mudança ocorra? Abrir os olhos, a mente, o coração? Sim, mas também é necessário dar o primeiro passo, dizer o primeiro não. Eu não quero, eu tenho meus princípios, e não importa o que digam, eu os seguirei, e não são apenas palavras, é o que coloco em prática todos os dias, independente do que for e com quem for, pois não vou deixar de ser eu, para agradar ao outro, que vive uma vida toda sem saber o que é ser livre!

Ao meu lar: a escrita.

Serei eu capaz de escrever sobre o escrever? Não sei! Porém me sinto digna de relatar meu amor pela escrita. As palavras são fonte de estímulo, mais do que compreensivas, fiéis, as amigas mais verdadeiras.
A qualquer momento, basta unir as letras, deixar fluir os pensamentos e eis que surgem as magnânimas palavras. Escrever é algo que transcende o fator cultural e educacional, é uma espécie de purificação, um divã disposto a te receber, sem questionamentos, imposições ou condenações.
Na escrita o mundo é meu! As escolhas são minhas, quem morre...quem vive. Eu me encontro no encontro das letras, me conheço no encontro das palavras e reflito no encontro da minha mente com a leitura.
Me perco entre vocábulos, verbos, adjetivos, advérbios...Uma perdição tamanha e arrebatadora que não me permite volta, minha alma partiu com o sibilar das letras, elas me chamam, não posso resistir.
Para minhas frases, frutos de uma mente as vezes confusa e melancólica, eu não sou estranha, elas apenas me abraçam forte, e me carregam no colo, dizendo baixinho: - Está tudo bem, não chore. E eu sei que está, elas estão comigo!
Se pessoas fossem como palavras, o mundo seria justo, puro e mágico, pois mesmo as palavras mais duras se mostram apenas como são, sem máscaras e contradições.
Ao verbo que maldiz, mostro o adjetivo que ama.
Ao substantivo que chora, dou o advérbio do tempo.
À interjeição da dor, dou a exclamação do sorriso.
À você, caro amigo, apresento tudo, apresento as palavras.
Escrever é mais que uma arte, é um rumor de vida, que cresce e se transforma em um grito de liberdade e expressão. É mórbido, mas as lágrimas me inspiram, uma gota, tanto interna como externa, rende uma palavra, mas isso não é algo desagradável, pelo contrário, é o alento que não encontro tão facilmente, e que procuro nas linhas da vida, é o esconderijo dos meus sentimentos, é onde sou inatingível, onde ninguém é capaz de me machucar, é onde estou só, porém muito bem acompanhada.
A alegria verdadeira está dentro de nós.
Essa sim é real e cabe a cada um encontrá-la em si mesmo!