Lazer consciente



É dever de todo o cidadão zelar pela preservação do meio onde vive, por questões de consciência, ética, saúde, harmonia e inteligência. As pessoas esquecem-se disso, às vezes.
Basta caminhar pelas ruas da cidade em um final de tarde de domingo para deparar-se com muito lixo, infelizmente, fora das lixeiras. O quadro é deprimente. As pessoas passam suas horas de lazer na praça central e não a preservam, não cumprem com seus deveres de cidadãos. Papel, latas, plásticos, garrafas, copos e todo o tipo de entulhos, tudo por tudo, menos no seu devido lugar.
As grandes cidades já pagam caro pelo descaso com o lixo produzido, que contribui muito para os grandes desastres causados quando a chuva vem em grande quantidade, já que os resíduos sólidos entopem os bueiros impedindo a passagem da água, o que causa os alagamentos. Vai ser preciso que isso aconteça para que se comece a levantar do banco em direção a uma lixeira? Será necessário que a água leve a primeira casa para que a população espere chegar até a lixeira mais próxima e só então deposite o lixo?
Para muitos, uma embalagem de bala no chão não é nada, imaginem se todos pensassem assim, o mundo estaria lotado de embalagens de bala. Para outros, folhas e folhas de caderno desperdiçadas em “guerras” de bola de papel não é nada, enganam-se, pois as árvores, mesmo parecendo tão frondosas e resistentes, acabam.
O mais perturbador é que casos como esse, visto em nossa cidade, principalmente na praça central, não ocorre por falta de informação e nem por falta de limpeza ou local adequado para depósito do lixo, mas sim pelo descaso da população, que não zela por seu patrimônio e pelo meio ambiente. O que falta para que a mudança ocorra? Um puxão de orelha? De forma sutil, aqui está!

Fechado para reforma

Antes de qualquer evento a casa deve passar por um processo de organização. O Brasil esqueceu-se. Este ano nosso país será o centro das atenções e como estão as coisas?
Pessoalmente, não acho que sejamos indignos ou incapazes de receber eventos importantes como uma Copa do Mundo de Futebol, afinal, somos um país alegre, receptivo e, se bem administrado, rico. A justiça igualitária permitiria a construção de estádios e hospitais, o investimento no esporte, na saúde e na educação, o que nos é roubado é que torna os eventos de 2014 egoístas. O Brasil é um país de poucos onde muitos sofrem.
Só que agora está feito, ou quase feito e um tanto quanto atrasado. Mas e os brasileiros, como anfitriões, estão preparados? Não, não, não. E nem adianta procurar um professor de etiqueta agora, de última hora, o caso é grave.
Nossos jovens estão se agrupando em shoppings e causando o maior alvoroço, essa é a forma como aproveitam seu tempo de férias: combinando “bagunça” pela internet. Ideias produtivas deveriam ocupar a mente da juventude, mas isso é dificultado, cada dia mais, basta olhar em volta, ligar a televisão, ouvir certas músicas, frequentar alguns lugares.
De dentro dos presídios partem os comandos mais desumanos, nem as grades detêm as maldades, aliás, muito menos as grades detêm as maldades. O Estado se mostra totalmente vulnerável diante de situações como esta. Inocentes pagam com a vida.
O trânsito é um caos e os motoristas reclamam das estradas, mas não lembram do dever de evitar a embriaguez e reduzir a velocidade. Mais vítimas.
O mundo possui a placa de “fechado para reforma” faz um bom tempo, e sabe como é reforma, sempre demora. A do Brasil então está mais do que atrasada, creio que nem tenha começado.
Muitas palavras já foram ditas no intuito de conscientizar as pessoas de que a mudança começa de dentro para fora. O problema é enfrentar o mundo se você decidir mudar, definitivamente se é atropelado. O jovem que não se “enquadrar” é deixado de lado, o motorista que não acelerar até o limite é considerado fraco e o dinheiro torna-se o medidor da felicidade. A vida do outro? Para muitos, apenas um detalhe. Precisa-se de reforma, urgente!