Cego de si

Não pense e nem julgue pela cabeça alheia, preze a personalidade que te faz único. A maior e pior cegueira é não ver a si próprio, ser guiado por caminhos obscuros à natural essência que nos faz ricos e grandes perante a um Ser Supremo. A grandiosidade da vida está na verdade, que só é encontrada quando existe sintonia entre o corpo e a alma.
Muito do todo gira em torno dos mesmos conceitos, parafraseados com mentiras que parecem extremamente pequenas para quem as diz, porém, ingenuamente grandes para aqueles que as ouvem.
Nem sempre uma pessoa, ou algo, vale a mudança. O que vale é aprender com os erros e estar certo de si e da conduta a seguir, muitas dúvidas surgem no caminho, mas elas também fazem crescer.
O poder que existe em cada um transcende os limites do entendimento, mas vive harmoniosamente o ser capaz de assumir sua atual condição neste mundo e a missão que tem nesta vida.

O revés da despedida

O olhar para trás após a despedida é definido como o ato que duplica a dor.
A cada segundo mais distante, e mais perto de onde sempre esteve.
Diz-se que o vazio não ocupa espaço... Hoje ele domina, flutua e pesa. Impera em um reino que ontem foi perfeito e agora se faz vazio, incerto.
Comum. Olhos nas costas alheias, marejados encobrindo a inconformação.
As despedidas, estas sempre existirão, o que muda é a forma e a intensidade.
Incomum. Não perceber que ocorreria, viver pensando que a presença seria contínua. Mas não...
São dias que mudam, noites que afastam, vento que leva, memória que recorda.
Há encontros e despedidas marcados para acontecer, sem atrasos nem antecipação. O que resta é esperar, aceitar, duvidar ou outro verbo qualquer que se adeque ao simples fato de sentir a falta de alguém.

Sobre o que se diz.

Sonhos são apenas sonhos porque pessoas são apenas pessoas.
Sonhos seriam mais reais se pessoas tivessem em si um pouco mais de anjos.
Deprime ver e não tocar, mas só a existência basta.
O mundo seria mais mundo se fosse menos mundo. (Contraditório? Mas o que é coerente?)
Mundo de hoje, de agora... Todo errado, todo belo.
Infestado de ódio, carregado de amor.
Sonhos são como espadas cravadas e arrancadas do peito. É apenas corpo, a alma resiste e volta na busca do intocável.
O coração sofre por não ter o que quer, a alma preza um destino: seguir o que lhe é conferido e não negar um pouco de anjo, de mundo, de sonho.
Ao longe, bem longe, a luz reflete o arco-íris e, depois dele, os sonhos ainda são sonhos, porém podem ser tocados e é somente neste lugar que o amor é amor em sua mais sublime forma. Por que não é amor o que se diz do amor se não houver sonhos.

Espírito em paz

Na contemplação da beleza do mundo.
No rir do que é para rir.
No importar-se apenas com o que é relevante.
Eis a paz de espírito.
Não espere encontrá-la em alguém.
Busque-a em você.
Cerque-se de boas energias...
Para só assim emanar o bem.
Palavras são apenas palavras!
Nem sempre ouço. Precaução.
E também...
Não me arrisco a constatar o que NÃO foi dito.
Há o que é apenas pensado...
Mais silencioso. Sorrateiro. Perigoso. Fatal.

Do que lhe é próprio

Na magnitude plena da alma,
Diante da grandeza nobre de um ser,
Soamos indiferentes.
Na transitoriedade e insignificância do que é terreno,
Na fraqueza e mortalidade do físico,
Criamos apego.
O errado se torna certo em um farfalhar de egoísmo.
O belo não é visto. O vil aplaudido em pé...
Em uma peça teatral, de espectadores atônitos e esnobes,
Coagidos a aceitar esta trama que hoje, ironicamente,
Chamamos de sociedade.

Abrigar-se

Deixe-o ali, protegido, guardado, intacto!
Não o tire de sua paz se for para machucá-lo.
Ele é frágil, e não te fez mal algum, do contrário...
Te quer bem e feliz!
Parta! E o deixe como encontrou,
Sem dor, medo, ilusão.
Ele pode estar sozinho
Mas, por vontade própria.
Como um escudo voluntário para não amar,
Não sair de seu refúgio e permitir,
Que entre aquele que o fará sangrar
Sem merecer seu sangue.