Ao meu lar: a escrita.

Serei eu capaz de escrever sobre o escrever? Não sei! Porém me sinto digna de relatar meu amor pela escrita. As palavras são fonte de estímulo, mais do que compreensivas, fiéis, as amigas mais verdadeiras.
A qualquer momento, basta unir as letras, deixar fluir os pensamentos e eis que surgem as magnânimas palavras. Escrever é algo que transcende o fator cultural e educacional, é uma espécie de purificação, um divã disposto a te receber, sem questionamentos, imposições ou condenações.
Na escrita o mundo é meu! As escolhas são minhas, quem morre...quem vive. Eu me encontro no encontro das letras, me conheço no encontro das palavras e reflito no encontro da minha mente com a leitura.
Me perco entre vocábulos, verbos, adjetivos, advérbios...Uma perdição tamanha e arrebatadora que não me permite volta, minha alma partiu com o sibilar das letras, elas me chamam, não posso resistir.
Para minhas frases, frutos de uma mente as vezes confusa e melancólica, eu não sou estranha, elas apenas me abraçam forte, e me carregam no colo, dizendo baixinho: - Está tudo bem, não chore. E eu sei que está, elas estão comigo!
Se pessoas fossem como palavras, o mundo seria justo, puro e mágico, pois mesmo as palavras mais duras se mostram apenas como são, sem máscaras e contradições.
Ao verbo que maldiz, mostro o adjetivo que ama.
Ao substantivo que chora, dou o advérbio do tempo.
À interjeição da dor, dou a exclamação do sorriso.
À você, caro amigo, apresento tudo, apresento as palavras.
Escrever é mais que uma arte, é um rumor de vida, que cresce e se transforma em um grito de liberdade e expressão. É mórbido, mas as lágrimas me inspiram, uma gota, tanto interna como externa, rende uma palavra, mas isso não é algo desagradável, pelo contrário, é o alento que não encontro tão facilmente, e que procuro nas linhas da vida, é o esconderijo dos meus sentimentos, é onde sou inatingível, onde ninguém é capaz de me machucar, é onde estou só, porém muito bem acompanhada.

2 comentários

  1. Me parece que você definitivamente sim sabe escrever sobre o escrever. Tudo o que explendidamente falaste e expressaste com tanta alma, com sua singularidade, é falar sobre o escrever... Que texto belo Angela. Ele espelha você e assim faz com que vejamos você.

    ResponderExcluir
  2. Com toda certeza soube descrever o escrever, minha querida. Estou emocionadíssima com tudo que disse, pois é isso que sinto todos os dias, a cada segundo de vida: a necessidade de escrever. Arte é necessidade e escrever é uma arte!

    "Eu não consigo viver sem escrever. Vou logo dizendo que escrever não é apenas uma arte. Escrever é uma arte necessária, e não luxo. Ao me deparar com um papel em branco, penso: "Eu posso, eu quero e preciso escrever!". Quando nós escritores sentimos sedentos e nostálgicos, voltar à vida reside em escrever. Escrever me rejuvenesce, me faz concretizar sonhos lindos, ainda que na mente e não no mundo. Escrever me liberta, destranca, arranja, inventa, constrói, humaniza, cura. Eu posso ser o que eu quiser ao escrever. Posso ter tudo o que eu quiser e morar onde eu quiser também. Posso fazer chover se o céu está azulado, posso voar com as águias do céu, posso chorar sem ser julgada, posso morar em Paris, posso ressuscitar Jacques Brel e cantar com ele. Eu posso! Escrever me dá o privilégio de sonhar e realizar meus sonhos. Fico triste quando vejo alguém cabisbaixo por não conseguir escrever. Apesar de tudo, corra! Sem demora, apanhe logo a caneta. Comece a escrever qualquer coisa que seja. Pare de resmungar e escreva. Tranque-se num quarto ou sente-se em meio a um belo jardim e exerça sua arte. Mexa-se. Vá em frente."

    http://aaurevoirr.blogspot.com/2011/08/arte-e-necessidade.html

    Meus parabéns. Você é demais com as palavras, menina!!!!
    Beijos,

    Au revoir ^^

    ResponderExcluir