Pela manhã, ao acordar, poucos lembram de agradecer pela vida, e por tudo o que nos cerca, abrir a janela, contemplar o sol ou a chuva, olhar para o céu, ouvir o canto dos pássaros, é...não temos muito tempo para isso. A cabeça está programada para os afazeres do dia-a-dia, e é exclusivamente isso que será feito.
Pelos caminhos andados rotineiramente, existem tantas belezas que poderiam, se fossem vistas de forma adequada, nos permitir um excelente dia, com a alma e a mente mais leves.
Esquecemos seguidamente de olhar para os rostos em volta, e ver possíveis amigos, pelo contrário, as outras pessoas muitas vezes são vistas como ameaças, concorrentes, inimigos.
Por diversas circunstâncias o coração se fecha, e deixa de ser receptivo e acolhedor.
A noite, o cansaço e as diversas tecnologias, impedem uma conversa agradável em casa, e as pessoas se distanciam mais e mais, até mesmo aquelas que tem em suas veias o mesmo sangue.
E pensar, que ao morrer, tudo isso é irrelevante: trabalho, dinheiro, poder, bens, reconhecimento. Óbvio que tudo isso garante uma satisfação pessoal importante durante a vida, porém, nossa alma também deve ser cotidianamente preparada para outras etapas.
É necessário pensar na natureza, nas outras pessoas, nos sentimentos... ter compaixão, zelar pela justiça, ter princípios, valorizar a família e os amigos. Os bens maiores de uma existência estão arquivados na grandeza e sinceridade do espírito. É apenas isso que é levado para o outro plano.
Tudo seria mais simples, se o 'simples' voltasse a ser valorizado. Será que todos esses avanços da humanidade, orgulhosamente enumerados, são assim tão importantes? Olhe para uma flor com atenção, e busque em alguma criação humana a mesma perfeição, os mesmos detalhes e a mesma sutileza, não existe e nem existirá, tecnologia nenhuma que se compare a grandeza natural do que existe neste mundo a muito tempo antes de nossa espécie.