Se, por acaso, revivêssemos o período de caça às bruxas, você já se perguntou quem seria perseguido? Vou lhe dizer: muito provavelmente você, que está lendo estas palavras, nesta página, seria considerado suspeito de bruxaria. Louco, não é? Mas, infelizmente, foi uma realidade.
Muitas ideias, culturas,
comportamentos, liberdades e conhecimentos foram duramente condenados,
queimados em fogueiras alimentadas pelo desprezo, medo, injustiça e
irracionalidade do ser humano.
Quem mais sofreu com isso? As
mulheres. Detentoras de conhecimentos antigos, práticas de saúde e técnicas
para amenizar as diversas dores do corpo e da alma, elas foram perseguidas e
punidas, muitas vezes, unicamente, por serem mulheres.
O fato é que esse estigma ainda
habita o inconsciente (é o consciente, em algumas situações) da sociedade,
sendo uma sombra ancestral que persegue muitas formas de ser e de pensar.
É difícil extirpar algo tão
antigo e arraigado. Por exemplo, se reconhecer e se assumir como bruxa, sem
despertar olhares espantados ou sofrer um pré-julgamento (algumas pessoas irão
te queimar na fogueira de suas mentes, sem nenhuma piedade, pode ter certeza!).
Porém, cada vez mais as pessoas
buscam por seus espaços, sem se preocupar com a opinião dos outros. Esse é o
caminho. Ninguém precisa consentir com suas coisas místicas, sua religião, sua
sexualidade, sua cor, sua cultura, sua forma de pensar, até porque não se
precisa de concordância, apenas de respeito.
Sinto-me representada pela figura
da bruxa, pois é atemporal, e as causas com as quais ela se envolve são, muitas
vezes polêmicas, mas sempre válidas. Ser bruxa é ter a consciência da
perseguição, mas também a sabedoria e o conhecimento de causa, de que é preciso
continuar na luta pelos direitos de todos e na prática de suas obrigações, que
estão voltadas para: a Natureza, o bem do outro, a conexão com o Universo, a
magia que nos rodeia e que vive em nosso interior e para o amor.