Almas Gêmeas

Por que esperar pouco de um sentimento tão nobre como o amor. Sim! Algo tão magnífico deveria ser visto com a grandeza e a amplitude que lhe convém e não do contrário, como algo casual que vem e vai de acordo com as conveniências dos envolvidos. O amor por si só não sobrevive mesmo sendo o pai de todos os sentimentos. Ele tem como alicerce harmonia, respeito, justiça, amizade, perdão, carinho, fé, confiança, saudade e muitas vezes tristeza que deriva do medo, da mentira e da ilusão. Regar o amor com um toque de magia o deixa mais belo, mas o aproxima ainda mais do surreal. Ninguém quer viver um sentimento pela metade, mas a maioria não se dispõe a entregar-se por inteiro, a sentir a outra pessoa como parte de si, como algo que ausente petrifica o coração e presente, o faz disparar. A alma suplica por seus complementos, os sonhos são deixados para trás e o coração se parte em dois, buscando um dia reencontrar a parte perdida que ao nascer é afastada e a busca é eterna. O encontro acalma o espírito e transforma o sonho em realidade e o brilho nos olhos revela a pureza de um espelho que reflete mais um dos mistérios da vida: a busca constante pelo amor que não é um conto de fadas, mas sim o direito de uma alma que busca incansável o reencontro com seu porto seguro, com sua fonte de águas puras, com sua essência. Após tanto vagar por vales sombrios e frios é nos olhos de sua irmã gêmea que ela encontra a luz e o calor que necessita e o amor desperta de um sono profundo no qual esteve consciente mas mergulhado em lembranças. Sabemos, desde que nascemos o que buscamos, por isso pergunto: é tolerável nos permitir esperar pouco do amor e nos resignarmos a viver sem ele?

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