Viscosidade


Parece que algo quebrou dentro de mim,
Esparramando um líquido negro que está entalado na minha garganta.
Ele escorre para o peito, deixando uma mancha de angústia
E eu não consigo fazer com que minha mente se afaste dessa viscosidade.
Por mais que eu repita para mim mesma, milhões de vezes, que nada de tão grave está acontecendo,
Ainda assim estou à beira do pânico.
Qualquer mínima alteração é um enorme gatilho:
O coração dispara, vem o suor, o medo, a boca seca e a vontade de chorar.
Eu, definitivamente, já não sei mais como lidar com isso,
Tento disfarçar para os outros e para mim mesma.
Mas lá no fundo há um vazio, um grande buraco. E ele pesa.
Tem épocas que ele está lá, quieto, enclausurado,
Dessa forma é mais fácil de levar.
O problema é quando esse buraco, que mesmo vazio, pesa,
Resolve deixar que seu líquido espalhe-se dentro de mim.
Nessas horas, eu já não sei mais o que fazer...

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