Grandezas

“Então é Natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez.” 
Um ano finda e outro nasce. É realmente um novo ano ou uma cópia do anterior? 
O que você fez? 
Comemorou com abraços e congratulações a chegada de 2015 entre a família, amigos e colegas de trabalho, mas, o que você fez por eles no decorrer desse ano? Manteve o espírito ou deixou até de desejar-lhes bom dia? Se responder com a segunda opção, reveja suas prioridades e deixe de lado a hipocrisia. 
Com que olhar voltou-se para tantas guerras e tragédias? Ucrânia, Iraque, Nepal, Tunísia, Bósnia-Herzegovina, Califórnia, Paquistão, Síria, Gaza, Turquia, Brasil... Não foram apenas os franceses que sofreram neste ano, há tempos muitos enfrentam situações de verdadeira calamidade. Você utiliza os mesmos pesos e as mesmas medidas? Se não, atualize suas “grandezas”. 
Esta ciente de que o outro é diferente? Respeita isso? Ou indignou-se com a propaganda de cosméticos e fechou os olhos para o “marketing” das cervejas. Reveja novamente as grandezas, coloque na balança e analise o que realmente é impróprio para a sociedade. 
Com que olhos você vê o outro? E agora não estou falando só da família, dos amigos e dos colegas de trabalho. Falo da criança, vestida de branco, que saía do culto com sua família e foi atingida na cabeça por uma pedra. Falo daqueles que vêm para o nosso país em busca de melhores condições de vida e são vítimas de preconceito e espancados nas empresas onde trabalham. Falo daqueles que, por usar suas túnicas ou burcas, já são considerados terroristas. Você os vê como irmãos? Seus irmãos?
“Então bom Natal, pro branco e pro negro, amarelo e vermelho, pra paz afinal...” 

Alexandre Beck

O que está longe te sensibiliza? Ou: - “Graças a Deus que a bomba caiu na casa do vizinho?”. Você é do tipo que procura culpados ou soluções? Veja bem, isso é muito importante. Todos, sem exceção, temos uma parte da culpa, assim como podemos ter a solução. Nunca se menospreze e muito menos se superestime, ambos são erros graves. 
Você se preocupa com o que o vizinho faz ou deixa de fazer, mas continua com seu quintal repleto de locais com água parada? Remova pneus, garrafas plásticas, coloque areia nos vasos de plantas e cuide da sua caixa d’água. Monitore a casa ao lado apenas para certificar-se de que os seus moradores estão fazendo o mesmo e, se necessário, os alerte. 
Chuva. Alagamentos. Casas destruídas. Desabrigados. É triste ver pessoas perdendo, em minutos, tudo o que levaram anos para construir. Então, além da água parada, cuide do teu lixo. Você é responsável pelo lixo que produz e não pense que um papel de bala é inofensivo. Pois, no final das contas, o pouco pode ser muito, tanto para o bem quanto para o mal. 
A crise é alarmante. Qual delas? A pior, a crise existencial. Preocupe-se, pelo menos por um instante, com essa que é um dos pilares de todo o mal. Ela não está explícita nos jornais, está em muitas almas. Trabalhe, sim, pelo dinheiro e pela promoção, mas não se esqueça de trabalhar, principalmente, para a evolução espiritual. 
Eu tenho certeza que a gente podia fazer com que fosse Natal todo dia.” (Desde que seja com votos e abraços sinceros). 
E então, o que nós fizemos?

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